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Vertigem Posicional Paroxística Benigna (VPPB)

A Vertigem Posicional Paroxística Benigna, também conhecida como Vertigem Postural Paroxística Benigna, ou, simplesmente, pela sigla VPPB, constitui uma doença da orelha interna sendo uma das causas mais comuns de tontura rotatória (vertigem) no consultório.

Representa cerca de 17% das causas de vertigem, tendo incidência estimada entre 10,7 a 17,3 casos por 100 mil pessoas por ano. É, mais comumente, observada em adultos entre 40 e 60 anos, mas pode acometer pessoas de qualquer idade, incluindo crianças.

Descrita, primeiramente, pelo médico austríaco Robert Bárány em 1921 e, posteriormente, definida pelos médicos ingleses Margaret Dix e Charles Hallpike em 1952 como crises de vertigem que se inicia subitamente após mudanças bruscas da posição da cabeça, com duração de alguns segundos ou minutos e que melhora de forma espontânea. 

O quadro clínico pode vir associado a náuseas, vômitos, desequilíbrio, instabilidade e sensação de cabeça “oca” que podem persistir mesmo após a crise.

A VPPB acontece quando partículas microscópicas de carbonato de cálcio, chamadas de otólitos ou, popularmente conhecidas como “cristais”, localizadas em uma região específica do labirinto denominada mácula utricular se desprendem e se deslocam para os canais semicirculares (canalitíase) ou ficam aderidas na cúpula do canal semicircular (cupulolitíase). 

A presença anormal dessas partículas nos canais semicirculares ou nas cúpulas dos canais altera o funcionamento do labirinto causando tonturas em posições habituais do nosso dia a dia como deitar, girar na cama, levantar, olhar para cima e para baixo. 

A VPPB pode ser idiopática, ou seja, se manifestar espontaneamente, ou ser secundária a traumatismo craniano, neuronite vestibular, doença de Ménière, disfunções hormonais (hipovitaminose D, hiperinsulinemia, etc), disfunções metabólicas (alterações da glicemia ou do colesterol, etc), distúrbios vasculares, pós-operatório de cirurgia de ouvido, idade avançada, sedentarismo, repouso prolongado no leito, dentre outros.. 

O diagnóstico é, essencialmente, clínico baseado na história e confirmado pela realização de manobras diagnósticas que evidenciam o nistagmo característico e determinam o canal acometido. 

Após a identificação do canal acometido, o tratamento baseia-se na realização de manobras de reposicionamento das partículas e resolução do quadro.